# CONTOS - O Outro Tribunal



"Errei!" .... "Merda", "Caralho, errei!"

"Puta.. Tô fudido"...!


"Ai", Meu pé, tá ardendo..!   Essas correntes.... "Hey!" Estão me machucando...!
...


Não é o melhor jeito de contar o que está acontecendo... "Ai cacete!" .. Mas não tem outra forma..
..

Estou sendo arrastado por duas mulheres... Isso mesmo, duas mulheres...

..
Está confuso? .. Então vamos lá.. Vou contar a história..:



_____________________ (2 Dias Atrás)____ _ _

PERDIDO NO PLANO

Jhonny Cardozo. Nome de um grande revolucionário Inglês, filósofo marcante no ano de 1854. Fundou uma das primeiras casas noturnas da época, um clássico "cabaré", quando tinha seus 65 anos de idade. Argumentava que "prazeres na vida vem de esforços criativos e corajosos, mas nada superava uma grande e bela noitada de prazer."
Pobre homem, mesmo feliz, faleceu na cama com uma garota norueguesa de 28 anos, e sua herança ficou para seus filhos e netos.

Jhonny Cardoso é meu bisavô, e por ocasião também ganhei este nome quando nasci. Talvez levado pelo aspecto "foda-se" de meu bisavô, hoje sou um cara ruim, odeio estagnação, meu mundo sou eu, sou viciado em mim.

Estou agora em Ilha Anchieta, localizada do Brasil, uma ilha do litoral paulista. É segunda maior ilha próxima à costa brasileira. Antes de vir para cá, passei por Fernando de Noronha, Porto Belo, e Rio de Janeiro... É como meu pai dizia: "O Brasil é uma terra complicada, governo confuso, sociedade não administrada, e ética relevante... mas é a fonte das mais belas paisagens do planeta, e portador das mais belas mulheres da Terra". Lembrando disso vim aproveitar.

Dentro de meu barco, um "Absolut Yatch 56 Fly", comecei a contornar a ilha, eu queria explorá-la pelas sua laterias com biodiversidade imensa. Junto comigo está Aline, Claudia e Patrícia... "colegas de passeio", se é que vocês me entendem. Eu estava à procura de aventura.. E infelizmente eu encontrei.

                                                (foto de uma ilha cheia de árvores)

Navegando em alta velocidade, ignorava qualquer lei local relacionada a velocidade ou segurança. Eu corria com o barco como se não houvesse o amanhã, pensava que como não iria ter uma aventura ou sequer me divertir com características da ilha, iria eu mesmo criar minha "diversão", mesmo sendo perigoso, 'nada vai acontecer de errado.'..
Aconteceu!

De repente quando decido diminuir a velocidade, vejo que o barco não pára, ele não freia.. Sinto um desespero enorme.. Com a velocidade do barco aumentado, vou perdendo a estabilidade, o transporte começa a pular em meio as pequenas ondas, não conseguimos mais ficar de pé, nem ao menos sentados tentando se agarrar... Meninas?! Nessa hora, foda-se elas..
Estamos indo em direção a parede rochosa da ilha, de um lado escondido, onde ninguém irá nos ver.. nos ajudar.. Não tem jeito, agora é aceitar o fato: Vamos bater!

Como se o mundo estivesse em câmera lenta, seguimos à parede, fomos, fomos, fomos, e quando fechamos o olho para encarar o destino.... algo inexplicável aconteceu.

Nesta parede havia uma caverna debaixo de suas folhas imensas, nós simplesmente passamos pela entrada e caímos num breu que parecia não ter fim, até sentir minha cara bater com toda força do mundo em algo extremamente duro, creio que o chão. O lugar fedia a esgoto.

Sem iluminação alguma, tentei levantar em meio a escuridão, palpando o ar tentando achar algum obstáculo ou apoio, mas não encontro, perco até a noção de gravidade. Enfim de pé, solto dois gritos chamando as garotas, sem resposta alguma, pego o resto de coragem que tenho, ignoro o sumiço delas e sigo uma direção no escuro, qual direção já não sei. Andei cinco minutos, andei trinta e cinco minutos, andei duas horas e meia e já estava exausto, não chegava a lugar nenhum, o cheiro veio se modificando de lá para cá, tentei ao máximo andar em linha reta, o chão está molhado com poças d'água que sentia em meus pés descalços.

Quando estava para desistir de procurar uma saída, estava para deitar alí no chão, ou o que quer que fosse e esperar sei lá, alguma coisa vir e me devorar.. vejo a minha frente um pingo de luz, algo que parece ser uma saída deste lugar oco, vazio, frio e úmido, talvez uma área externa. Apenas achava extremamente estranho não estar afogado, já que caíra abaixo do nível do mar.
Correndo com minhas poucas forças atravesso e chego do outro lado, com o mínimo de tempo possível tento enxergar o máximo que posso por conta da extrema mudança de iluminação. Quando vejo que estou em um tipo de vila antiga, algo me acerta bem na testa, acima dos olhos e apago na hora.


Pasmen!
Ao acordar, Estou preso com algemas de vidro, um vidro que não quebra. (Sei disso porque não sou idiota, claro que tentei me soltar). Era uma prisão diferente, paredes feitas com um tipo de pedra, uma pedra clara, acima de mim havia um grande diamante em forma de lança virado para baixo, como se tivesse algum tipo de armadilha mortal. Minha cabeça doía, minha visão tava desregulada, parecia um embriagado.
Vozes... Tinham vozes de mulheres, mulheres falando numa língua estranha, incompreensível. Apenas vozes de mulheres, talvez eu estaria em alguma vila feminista?! Não é possível.

De repente duas mulheres esbeltas estram no ambiente onde se encontra minha cela, mulheres bonitas, suas roupas eram inteiras de couro, um bem escuro, difícil imaginar o animal de onde arrancaram. Apesar de indefesas, elas entram na cela e apertam meu braço com uma força inacreditável, extremamente fortes, fiquei tão assustado, amedrontado com isso na hora que mesmo sentindo dor não consegui falar nada. Estava cansado, com fome e nú.

Me deram as roupas para colocar e comecei a gritar e tentar correr, mas não consegui.
Balbuciavam uma língua estrangeira, mesmo com todo meu dialeto, não sou discernir qual.

Imaginando que tudo já havia passado de pior, elas me derrubam e puxam meus pés, começam a me arrastar..

"Puta.. Tô fudido"...!


"Ai", Meu pé, tá ardendo..!   Essas correntes.... "Hey!" Estão me machucando...!
...
No meio de minha gritaria, apenas entendo elas dizendo: "Tri-bu-nal".

----------------
Mulheres, mulheres, mulheres.. Em todo lugar que olho, avisto essas beldades com um ar malígno.
Vejo que seus padrões são diferentes, elas se alimentam com um líquido que emana das paredes desta vila, a iluminação vem de um foco de lava que fica no canto esquerdo superior dessa enorme cúpula de ar.
Elas tem os sentidos extremamente apurados, percebo que elas se guiam mais pelo olfato do que pela visão.
Enfim, cheio de ferimentos, as duas me jogam no meio de centenas de outras mulheres, umas mais bela que a outra, mas isso me deixava com temor.

A rainha, chefa ou sei lá o que, estava sentada numa pedra, a maior do local, demonstrava que mandava naquela porra toda.


(Continua)....



Brothers in the Party
Deixe seu Comentário:
Sem comentários »
Categorias:

0 comentários:

Postar um comentário