# CONTOS - A Mulher da Rua 27

Meu nome é Bryan. Fiz uma viagem de status para a França. Isso foi à uns 3 meses atrás, se não me engano, acho que dia 13 de Maio desse ano.
Comprei um pacote de uma empresa conhecida, fiquei em um ótimo hotel, frequentei requintadas baladas, tomei dos mais caros drinks, tirei as mais variadas fotos para me gabar depois pros amigos, viajei pelos mais belos pontos turísticos, e conheci as mais belas moças francesas da região de Mônaco, as lindas "beautés" (beldades).


Tudo corria bem, tudo parecia o sonho de qualquer garanhão brasileiro, tudo seguia de acordo com o combinado.. Até eu perder a chave de minha BMW Z4M Cupê, dentro de uma "discothèque". Decidi então deixar o carro lá, até de manhã, e então chamar um profissional para busca-lo, sem danificar meu xodó. 

Na ância de me aventurar pela cidade, chamei uma táxi e pedi para me levar para "Pont Sainte-Dévote, 31", uma área mais animada. Pois já era cerca de umas 3:20 da manhã, e eu ainda queria aproveitar a noite.

Acontece, que por motivo que ainda não consegui saber qual, desci em um ponto da cidade que não era a "Pont Sainte-Dévote", e não verifiquei isso ao pagar os 25 euros ao motorista do táxi.


Agora fudeu. Estou perdido, sem condução, numa rua com nome "27th Street" (Rua 27), que não tenho ideia de que ponto da cidade fica. É uma rua deserta, com uma clima nebuloso, ambiente acinzentado, meio que relembra aqueles seriados estilo "The Walking Dead", estranhamente amedrontadora e com uma brisa que faz arrepiar a coluna.

O rio "Emballé Noir" que beira o final desta rua, me faz pensar estar perto de um porto.
Quando decido seguir em frente para ver se encontro alguém, me movimento com dificuldade - culpa da garrafa de Black Label que tomei. Vejo próximo ao que parece ser um bar fechado, uma mulher de aparência magnífica. Talvez mais bela que qualquer francesa que eu tenha pego, aqui na cidade.

Ela tinha um corpo escultural, tinha seios fartos e firmes e uma bunda extravagante. Seus cabelos eram compridos na altura dos cotovelos, levemente ondulados. Seu rosto tinha maçãs, e seu sorriso tinha covinhas que lembravam leves cortes em gelatinas rsrs. Seu olhar era penetrante, olhos verdes, e seu cabelo era preto. Estava com um vestido verde, um vestido que ia até seus joelhos, algo que valorizava seu corpo.

Sei bastante dos detalhes dela, porque, motivado pelo estímulo das porcentagens de álcool que tomei, não tinha algo que me impedisse de chegar perto da moça e puxar algum assunto, talvez perguntar o que ela estaria fazendo sozinha naquele lugar com um clima pesado.

Ceguei perto dela, que estava segurando uma sacola de compras, e perguntei a ela qual era o nome dela e o que estava fazendo alí. Lembro que achei estranho, porque não achei nada suspeito na hora, mas hoje penso que se estivesse sóbrio, eu já teria saído correndo. 

Ela me disse que seu nome era Jennyfer Máltez, e morava por perto. Como ia viajar, estava esperando a amiga que tinha combinado de buscá-la alí.
A começo desconfiei da história, mas ignorei meu receio, e puxei assunto. Sei que me encantei com Jennyfer, ela me contou sobre viagens que gosta de fazer, sobre cursos que já apresentou, já que era professora à 3 anos. Disse que terminou um relacionamento de 1 ano e meio, fazia algum tempo já, e estava viajando justamente para se afastar dele.

Sei que não esperei muito, conversamos, nos aproximamos e ficamos alí mesmo. O beijo foi incrível, algo forte, com leves mordidas. Ela apesar de parecer ingênua durante a conversa, tinha uma personalidade agressiva, além de mim, ela tinha pegada também, era fogosa, e isso fez com que eu gamasse nela. A essa hora, eu não estava mas sobre o efeito do álcool, estava sóbrio, e sabia que nada era mentira.

No meio das conversas e pegações, trocamos telefones, emails, e ela me dizia que trabalhava numa escola alí perto, a "Liverpooll École", de ensino fundamental. Na hora me senti mais atraído ainda, por saber que além de gostosa, linda, solteira e quente, ela era inteligente.

Tudo ia bem, decidi ficar com ela até a amiga dela chegar, algo que aconteceu por volta das 5:40. A amiga chegava numa Mercedes McLarem, motor V8, prata. Dentro tinha uma jovem muito atraente também; ruiva de pele bem clara. Não vi muita coisa, pois ela não saiu do carro, mas tinha cabelos bem enrolados, estilo universitárias de grandes faculdades.

Jennyfer se despediu, entrou e foi em direção ao aeroporto, depois de me falar como chegava à "Pont Sainte-Dévote" para pegar um Táxi e ir para casa. E assim se deu, me despedi, andei pela rua que no momento já estava levemente iluminada com a chegada do nascer do sol, chamei um táxi, e fui para o hotel. Não preciso dizer que capotei em minha cama de casal, e só acordei 10 horas depois.


Acordei assustado de tarde já, e tinha por mim, que deveria ir atrás da Jennyfer. Então peguei e liguei para o número que ela havia me passado. Coloquei todo ancioso o telefone em meu ouvido, como se estivesse para falar com alguma celebridade. Mas o esperado que não tinha pensado ainda, aconteceu. Uma voz no telefone disse "Ce téléphone ne sera pas de recevoir des appels, ou n'existe pas." (Este telefone não recebe chamadas, ou não existe.)

Me senti um lixo na hora. Extremamente enganado. Mas não poderia deixar assim, lembrei que ela disse que era professora. Então fui procurar no site da "Liverpooll École", as professoras que lecionam lá. E infelizmente, não a encontrei lá. O sentimento de ser um lixo voltou.

Conheci uma mulher incrível que era tudo de bom, muitos podem falar que estou dando moral à ela, ou que ela não existe. Mas não, não posso acreditar nisso, pois eu estava lá, eu senti, eu a vi e não estava mais chapado. Sei que tinha uma mulher, sei que falei com ela, sei que nós ficamos. Sem falar que eu vi o carro, detalhes, odores, e muitos mais.

"Impossível eu não ser mentira a existência da Jennyfer...
Espere. Isso mesmo. "Jennyfer Máltez", não é um nome comum aqui em Mônaco, e ela disse que já viajou bastante. Não é possível que não tenha um resultado sequer sobre ela."
Então fui ao famoso buscador da internet, o Google, e pesquisei por informações de "Jennyfer Máltez"... ..
O Resultado? Encontrei uma notícia do G1 francês, que dizia:


--"Jennyfer Máltez, 25 anos de idade, ex-professora da escola de ensino fundamental "Liverpooll École", sofre acidente da rua 27 em Mônaco, ao sair da escola em direção ao mercado "Règlement". 
De acordo com testemunhas, Jennyfer foi atropelada quando estava em frente ao bar "Lacústa", por sua amiga de ginásio "Mary Dopta", dentro de um Mercedes classe A prata. Jennyfer era uma jovem carismática, sua família até tenta comprar o terreno da escola, para homenagear a garota, trocando o nome do centro de estudo..."





Brothers in the Party
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